terça-feira, 29 de julho de 2014

Fábrica de mosquitos geneticamente modificados é inaugurada em SP

Quem transmite a dengue é a fêmea do mosquito Aedes Aegypti. Por isso, os pesquisadores resolveram desenvolver machos, geneticamente modificados que sejam capazes de interromper o ciclo de vida das fêmeas.

Uma técnica de combate ao mosquito da dengue virou linha de produção. Foi inaugurada hoje em São Paulo a primeira fábrica de mosquitos geneticamente modificados. 
Quem transmite a dengue é a fêmea do mosquito Aedes Aegypti. Por isso, os pesquisadores resolveram desenvolver machos, geneticamente modificados que sejam capazes de interromper o ciclo de vida das fêmeas. E isso acontece na reprodução.
Esses mosquitos transgênicos receberam dois genes adicionais. Quando liberados no ambiente, eles irão cruzar com as fêmeas. Os mosquitos que vierem desse cruzamento herdarão os dois genes. Um deles carrega uma proteína que vai impedir que essa geração chegue a fase adulta.
“Nós tentamos alcançar, pelo menos, 50% dos cruzamentos com as fêmeas selvagens e assim podemos matar 50% da próxima geração”, explica Glen Slade, diretor da fábrica.
O outro gene que os mosquitos vão herdar traz uma espécie de marcador, que fica visível sob uma luz específica. O que vai tornar o monitoramento das larvas mais simples e eficiente.
A experiência deu certo no interior da Bahia. Nos últimos três anos, foram liberados mais de 55 milhões de mosquitos transgênicos em municípios com epidemia de dengue. Em seis meses de testes, o índice médio de redução dos mosquitos ficou em 79%, mas em alguns bairros ultrapassou os 90%.
A fábrica de mosquitos transgênicos inaugurada nesta terça-feira (29) em Campinas, interior de São Paulo, tem capacidade para produzir de oito a dez milhões de Aedes Aegypti por mês. A produção e a liberação dos mosquitos no ambiente foram autorizadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, órgão responsável pela aprovação e regulação de transgênicos no Brasil.
Mas para que os mosquitos sejam comercializados, falta ainda a autorização da Anvisa. O órgão informou que está estudando o assunto.